Envenenamento por sapos
Sabia que os sapos podem ser
tóxicos?
Existem várias espécies de sapo e
são animais que se encontram de norte a sul do país, podendo viver em zonas
húmidas, secas, com grande densidade de vegetação ou na ausência desta, em
meios mais rurais e naturais, até meios cultivados ou próximos de áreas
habitadas.
Estes animais produzem um veneno
de aspecto leitoso que os protege contra parasitas e predadores. Os sapos
(família Bufonidae) têm fraca aptidão
para o salto, não apresentando reacção de fuga quando predados, o que faz com
que a produção de veneno seja a seu mecanismo mais eficaz de protecção contra
predadores. Outros mecanismos incluem o esvaziamento da bexiga e a insuflação
dos pulmões (para fazerem de conta que afinal são muito grandes!)
Os cães estão mais expostos ao
contacto do que os gatos, porque são mais curiosos e, em simultâneo, menos
cuidadosos.
A gravidade do quadro de contacto
varia consoante a duração do mesmo e o porte do animal afectado.
Os sintomas do trato digestivo mais
comuns são o aumento de produção de saliva, vómito, diarreia, inflamação das
gengivas e recusa da comida. Sinais neurológicos mais comuns são midríase fixa
(dilatação da pupila ocular), nistagmus (movimentações repetidas e
involuntárias rítmicas do olho), prostração, aumento da frequência respiratória,
rigidez muscular (nomeadamente da zona do pescoço) e desorientação. Menos
frequentes são excitação, paralisia muscular progressiva, cegueira e
vocalização (o animal chora ou gane).
A gravidade do envenenamento pode
ser ligeira, moderada ou grave, sendo motivo de consulta médico-veterinária de
urgência.
Foto: Casal de sapos comuns (Bufo spinosus) http://www.mitra-nature.uevora.pt
Baseado em: Magro, C. - PROTOCOLOS DE ATUAÇÃO EM
INTOXICAÇÕES DE CÃES E GATOS POR ZOOTOXINAS DA FAUNA VENENOSA PORTUGUESA.
(2017) Lisboa- UTL Repository